Lugar Comum
Segundo domingo de fevereiro de 2017. Acordo obstinada a escrever a melhor crônica que já escrevi até aqui. Algo possível, afinal o tema do texto seria o meu bairro, o bairro da Santa Cruz. Lugar que moro desde 1996, lugar que eu descobrir ser capaz de andar de olhos fechados sem tropeçar quando tinha uns 9 anos.
Tomei café, lavei o cabelo e sentei diante do notebook cheia de vontade, vazia de inspiração.
- Sobre o que vou escrever ? Pensei em voz alta. - Sobre a imagem violenta que o bairro tem na mídia em detrimento aos projetos socioculturais , não, já está "manjado". Sobre o som alto dos vizinhos também não, todo mundo fala disso .
Eram duas da tarde e eu não conseguia pensar em nada bom o bastante para escrever.
A situação já estava me deixando frustrada. Eu moro na Santa Cruz desde que nasci, conheço cada casa da Rua Onze de Novembro, como poderia estar tendo dificuldades para escrever sobre algo corriqueiro?
Esse era o problema: Escrever sobre um tema banal. Falar sobre um território dominado é tão fácil que se tona difícil.
O costume e a naturalização nos tira o estranhamento necessário para mergulhar na subjetividade dos fatos e dissertar de maneira literária sobre eles.
Eu simplesmente perdi o encanto com o bairro, perdi o olhar curioso e sensível do turista, o olhar que me faz buscar a essência e escrever para desvenda-la. É preciso pisar fora da zona de conforto para que não se perca o olhar do encanto .
Tomei café, lavei o cabelo e sentei diante do notebook cheia de vontade, vazia de inspiração.
- Sobre o que vou escrever ? Pensei em voz alta. - Sobre a imagem violenta que o bairro tem na mídia em detrimento aos projetos socioculturais , não, já está "manjado". Sobre o som alto dos vizinhos também não, todo mundo fala disso .
Eram duas da tarde e eu não conseguia pensar em nada bom o bastante para escrever.
A situação já estava me deixando frustrada. Eu moro na Santa Cruz desde que nasci, conheço cada casa da Rua Onze de Novembro, como poderia estar tendo dificuldades para escrever sobre algo corriqueiro?
Esse era o problema: Escrever sobre um tema banal. Falar sobre um território dominado é tão fácil que se tona difícil.
O costume e a naturalização nos tira o estranhamento necessário para mergulhar na subjetividade dos fatos e dissertar de maneira literária sobre eles.
Eu simplesmente perdi o encanto com o bairro, perdi o olhar curioso e sensível do turista, o olhar que me faz buscar a essência e escrever para desvenda-la. É preciso pisar fora da zona de conforto para que não se perca o olhar do encanto .
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